sábado, 21 de janeiro de 2012

A Fé Sem Obras é Morta


         Um dos denominadores comuns nas seitas é o ensino não bíblico de que a fé não é suficiente para a salvação. Conquanto [elas dizem], sejamos salvos pela fé, esta precisa ser acompanhada de boas obras, a fim de que a nossa salvação pessoal seja completada. Essa distorção apresenta a fé MAIS alguma atividade ou esforço da parte do  indivíduo. Ora, o que Deus proveu em Jesus Cristo foi total e suficiente, de modo que esse ensino [das seitas] é uma negação do evangelho.
        A passagem favorita usada pelos grupos sectários, tentando respaldar [sua doutrina de graça mais obras], é Tiago 2:14-26. Aqui, eles dizem, está a prova de que as obras são necessárias. Vejamos uma lista:

 * Ser batizado para a salvação.
* Tornar-se um discípulo, desistindo de tudo.
* Ir de porta em porta.
* Alimentar e cuidar dos carentes.
* Viver segundo as leis da “igreja”.
* Viver segundo os Dez Mandamentos.
* Ser batizado segundo a fórmula correta.
* Viver sem pecar.
* Acreditar nos milagres que acontecem no grupo.
* Falar em línguas.
* Pertencer exclusivamente àquela igreja ou organização.

As seitas sempre têm um algo mais necessário para se obter o favor divino ou se conservar a salvação. Esse conceito pode ser facilmente refutado por dúzias de passagens bíblicas, as quais declaram exatamente o contrário. Mas, o desafio agora diz respeito à Carta de Tiago. Portanto, precisamos ir diretamente ao contexto da mesma.
         Antes de fazer isso, uma boa regra é ler e perguntar, quem, o que, onde, por que e quando [esta carta foi escrita]. Isso pode esclarecer as coisas obscuras, fazendo-nos focalizar melhor o contexto da escrita. Quando formos ler esta passagem (Tiago 2:14-26), devemos abrir nossa Bíblia, ter à mão papel e caneta e, antes de iniciarmos a análise, devemos orar. Precisamos gastar algum tempo no texto e pensar no que Tiago quis dizer.
        Nossa intenção deve ser dividir corretamente a palavra (2 Timóteo 2:15) e isso requer algum tempo. Examinemos antes toda a carta, a fim de nos familiarizarmos com o tema da mesma; em seguida, examinemos as passagens específicas. Leiamos toda a carta, cuidadosamente.

* Quem é o autor da carta?
* O que sabemos a seu respeito, partindo desta carta?
* Ele é citado em alguma outra parte da Escritura?
* Qual o seu pano de fundo, a partir de outras cartas?
* Ele é um apóstolo ou apenas alguém conhecido como apóstolo?
* Do que ele está falando?
* Qual é o tema?
* Qual é o assunto ou ensino principal? (Toda carta tem um tema predominante).
* Qual a razão ou propósito desta carta?
* Por que ele está escrevendo a mesma para um povo especial?
* O que essas pessoas estão fazendo e no que estão crendo, a fim de merecerem o recebimento desta carta?
* Existe algum erro bíblico na sua doutrina ou prática que necessite de correção?
* O autor está dando segmento a alguma carta anterior?
* Existe algum novo conhecimento a ser revelado?
* O autor está falando figurada ou literalmente?
* Quem são os destinatários desta carta?
* O que o autor está dizendo sobre eles nesta carta?
* Quando ela foi escrita?
* O que estava acontecendo antes ou no tempo em que a carta foi escrita?
* Ele havia estado no local ao mesmo tempo?
* Ou apenas ouviu falar dos destinatários, a parir de outrem e pretendia ir até eles?
* Ele está se incluindo entre aqueles para quem está escrevendo ou não está se envolvendo?
* Ele está dando novas informações ou apenas os relembrando do que já havia dito (conforme Paulo na 2 Tessalonicenses)? A diferença pode ser importante sobre o que estava acontecendo ou poderia acontecer no futuro.
* Existem palavras ou frases chave?
* Quais as palavras que ocorrem mais freqüentemente?
* Como o autor as usa e as define na carta e na passagem? (Palavras como fé, obras, morta) Como estão sendo aplicadas em cada situação?
* Ele usa contraste ou comparação?
* Pode-se definir qual o ponto principal que vem primeiro?
* O que o autor deseja que os destinatários e os leitores saibam sobre este ponto do ensino?
* Qual é o espírito do texto?
* Agora, podemos ir às palavras específicas: Existe algum suporte em outros livros para que se interprete corretamente esta passagem?
 * Eles estão nos levando a alguma conclusão? 

         Permaneçamos fiéis ao texto e conservemos o ensino em seu imediato contexto. Existem algumas regras básicas para a interpretação bíblica (Hermenêutica). Por que duas pessoas que fazem o mesmo estudo, nas mesmas Escrituras, chegam a conclusões diferentes? É porque em vez de se renderem ao texto e à sua significação literal, elas procuram sair do que o texto realmente diz. Deixam de seguir o caminho da lógica bíblica, rumo às suas próprias conclusões. Isso porque o texto literal poderia complicar as suas noções preconcebidas sobre o que antes lhes fora ensinado.
Vamos agora examinar o texto de Tiago 2:14-26, o qual tem sido tão mal interpretado.
Tiago 2:14-26 - “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?  Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé. E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho? Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.”

Tiago estava tentando corrigir a Igreja, mostrando como esta estava agindo em sua fé. A Igreja (os membros) estava sendo hipócrita, considerando somente os ricos. A razão para isso é que a Igreja de Jerusalém era pobre e perseguida. Os que haviam se convertido e seguido o Messias haviam perdido todos os seus bens. Este é o pano de fundo histórico da carta (1 Coríntios 16:1-3).

Tiago 2:8-12 - “Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores. Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei. Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade’.

A Igreja não estava seguindo o mandamento do AMOR do Novo Testamento [N.T.: como as de hoje também nunca seguem] e tendo transgredido o mesmo, havia transgredido toda a Lei.

Tiago 2:13 - “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo”.
Eles não receberiam misericórdia porque não estavam demonstrando-a com os que eram carentes.

Tiago 2:14 - “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?”

A sua (referindo-se à igreja) fé (crença) de nada vai lhe servir se não agir segundo a mesma. Ninguém pode desprezar um irmão carente e continuar afirmando ser um seguidor de Cristo (1 João 2:9-11; 3:17-18). Mas aquele que possui bens materiais e vê o seu irmão em necessidade, fechando-lhe o coração, como pode habitar nele o amor de Cristo? Na 1 João 3:18, lemos: “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade”. Esta não é a fé salvadora. Tiago fala de alguém que apenas afirma ter fé, mas nada faz para a demonstrar. Ele quebra o mandamento de amar  ao próximo como a si mesmo.
Tiago 2:15-16 - “E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?”
         A Igreja estava negligenciando os irmãos em suas necessidades práticas, dizendo apenas “Deus o abençoe!”, não demonstrando fé, mas hipocrisia. Isso de nada serve ao ouvinte nem ao que fala. Os membros da Igreja estavam deixando de cumprir o mandamento de Jesus, registrado em João 13:34-35: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.


Vamos agora à passagem controversa:

Tiago 2:17-18 -  “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”.
            Uma fé não seguida de boas obras não é viva. É uma fé estéril. Tiago desafiou a igreja a mostrarem-lhe sua fé com obras (creio que Paulo desafiou os leitores a mostrarem a fé que possuem, com obras e não “sem” obras). Isso é impossível, pois somente Deus pode ver o coração, de modo que Tiago os desafiou, dando, ele mesmo, como exemplo: “... eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. Tiago não estava pedindo que a igreja comprovasse sua salvação, mas que lhe mostrasse a sua fé, através da prática de boas obras.
         “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (verso 17) - Tiago disse que essa fé em si mesma é exterior e interiormente morta... Ele estava explicando o tipo de fé resultante da salvação, ou seja, uma fé legítima e viva. Todas as boas obras são atos de fé, os quais devem ser de antemão possuídos. Deus não precisa ver nossas obras, pois Ele já nos justificou pela fé em Cristo. Isso está claramente expresso em Romanos 8:33: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica”. (“New Commentary on the Whole Bible”, Jamieson, Fausset & Brown on James 2:14-18).
         Tiago não estava dizendo que somos salvos ou conservamos a salvação pela fé mais obras. Se esse fosse o caso, o crente poderia se transformar em auto-salvador. Ora, existe apenas um Salvador, isto é, a Pessoa de Jesus Cristo e a obra que Ele realizou na cruz. Tiago estava mostrando o tipo de fé realmente salvadora, a qual, se eles possuíam, deveria ser demonstrada. Como nossas ações sempre resultam daquilo em que cremos, Tiago estava pedindo que a igreja lhe mostrasse a sua fé.
         Ele prossegue, no verso 21: “Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?”

         Em que sentido Abraão foi justificado, visto como ele já havia, antes, sido declarado justo por Deus? Tiago está dizendo, ao contrário de Paulo, que Deus podia ver que Abraão era justo e que Ele  já lhe havia imputado justiça. Contudo, até que Abraão levantasse sua faca contra Isaque, em obediência, somente Deus conhecia a sua justiça. Ao fazer isso, Abraão demonstrou fisicamente sua confiança em Deus, tendo sido colocado em posição de comprovar a genuinidade de sua fé.
         Em seguida, Tiago responde à pergunta no verso 22: “Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada”.  Então, a sua fé estava cooperando juntamente com as suas obras, as quais apenas comprovaram a fé que Abraão já possuía. Primeiro, precisamos ter fé, para que nossas obras sejam aprovadas por Deus. Era sobre isso que Tiago estava preocupado naquela Igreja.
         Se Tiago quisesse dizer que Abraão foi justificado pelas obras, ele entraria em conflito com Paulo, o qual escreveu amplamente sobre este assunto em Romanos e Gálatas, mencionando, inúmeras vezes, que somos justificados pela fé (somente).
         Paulo declara em Romanos 4:2-3: “Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Pois, que diz a Escritura?”. Eis uma boa pergunta. Vejamos a resposta, no verso 5: “Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”.
            Quando lemos Gênesis 4:10, vemos que Abraão foi justificado antes de obedecer a Deus e de receber a circuncisão. Tudo isso aconteceu antes que o seu filho Isaque tivesse nascido; portanto, sua justiça foi por Deus imputada somente pela fé.
Em Romanos 4:23-25, lemos: “Ora, não só por causa dele está escrito, que lhe fosse tomado em conta, mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; o qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação”.
            Mais tarde, Tiago declara em Tiago 2:23-24: “E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé”. E a Escritura foi cumprida, pois diz: “E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça”. E ele foi chamado amigo de Deus (verso 24). Vemos, portanto, que um homem foi justificado pelas obras e não apenas pela fé.
         Paulo e Tiago estão discutindo sobre dois ângulos diferentes. Quando se observa isso mais cuidadosamente, a tensão entre ambos é resolvida. Paulo discute teologicamente como um pecador passa a ser considerado justo diante de Deus. Tiago se preocupa com o tipo de fé que resulta da salvação, visto como está se dirigindo a um problema particular que surgiu na Igreja de Jerusalém. Se alguém não apresenta obra alguma resultante de sua profissão de crença, será que essa fé é verdadeira? Pode ser uma fé salvadora? As obras feitas em Cristo falam de uma procedência viva da fé. Não fazemos boas obras para ser criados em Cristo, o que isso poderia significar, mas porque “fomos criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. (Efésios 2:10).
         Este é o ponto que Tiago deseja enfatizar, ou seja, que nossa fé é demonstrada pelas nossas ações em favor do próximo [Gálatas 5:14]. Esta é a verdadeira fé. Jesus disse que deveríamos praticar boas ações para glorificar o Pai celestial. A Bíblia jamais condena que tenhamos fé somente, mas (condena que tenhamos) uma fé que é morta, uma vazia profissão de fé. Sua aridez interior é demonstrada pela falta de vida exterior. As boas obras e a obediência demonstram nossa fé às pessoas que estão próximas de nós e elas glorificam a Deus.
         Biblicamente, nossa fé já está viva, antes do batismo e de qualquer outra obra, e não se torna mais viva depois. A fé é um princípio ativo em todos os aspectos da vida cristã. Romanos 14:23 diz: “... tudo o que não é de fé é pecado”. Então, tudo deve ser feito por fé. Vivemos de fé em fé.
         Então, se queremos mais um suporte bíblico, outra passagem comprovando que Tiago não estava dizendo que as obras salvam, vamos ler:

        “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”.

        Somos salvos exclusivamente pela fé, a qual é comprovada pelas nossas obras. Estas não têm qualquer merecimento diante de Deus para a salvação, pois somos “criados em Cristo Jesus para as boas obras”. Se as boas obras pudessem salvar, então deveríamos fazer boas obras, a fim de sermos criados em Cristo Jesus e não é isso que o texto diz.
        Tito 3:5 diz: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”. Continuamente, a Bíblia deixa claro que não depende do homem ganhar a salvação. Ela provém exclusivamente de Deus [que nos salvou e nos regenerou pelo Espírito Santo].
         Voltemos a Romanos 4:4-5: “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”.
            Em Romanos 11:6, Paulo declara: “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra”. Ou se é salvo por uma ou pela outra, não por ambas, pois são duas Alianças diferentes.           
         Filipenses 3:9: “E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé”.
         Gálatas 3:22: “Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes”.
            Na 1 João 5:4-5, lemos: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?”  O verso 5 mostra que quem possui fé no Filho de Deus vence mundo. [A única fé salvadora é a que foi depositada no Filho de Deus, a qual não provém de qualquer cerimônia ou feito].
“TODO aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido”. (1 João 5:1).
         “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”  (João 20:31).
         “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2:26).
As obras demonstram simplesmente o que está vivo em nosso interior. As obras de uma pessoa manifestam exteriormente a realidade da fé, que não se pode ver. Somente DEUS pode ver o coração; o homem vê apenas a parte exterior. O fruto produzido por uma árvore mostra que ela é viva, saudável e produtiva. Não é o seu fruto que a torna viva, mas sua natureza interior. Primeiro, a fé é viva para produzir boas obras, mostrando exteriormente o que é invisível interiormente.

Let Us Reason Ministries - “Without Works Your Faith Is Dead”.
Traduzido por Mary Schultze, em 18/01/2007

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O orgulho e a preparação do homem de Deus

Texto Para Estudo: Daniel 4
Tema: O orgulho e a preparação do homem de Deus

         Nesta etapa da preparação, Deus está à procura de homens e mulheres que tenham um coração humilde perante Ele. Se há um pecado que desagrada e afronta diretamente o Senhor nosso Deus, podemos dizer que esse pecado é o orgulho. O orgulho nasceu no coração de Lúcifer, e esse pecado é nocivo na vida do servo(a) de Deus. Mas o que é o orgulho? “É uma atitude de independência de Deus, auto-suficiência doentia, uma adoração de si mesmo numa atitude de insubordinação a autoridade divina”. Há um rei que, quero usar durante esta mensagem como exemplo, pois ele expressou em sua vida um grau de orgulho tão grande que Deus teve que tratar diretamente com Ele. Estou falando do rei Nabucodonosor, o soberano de Babilônia. Vejamos como tudo aconteceu:

         I - O Rei tranqüilo em sua casa sonha um sonho estranho (Dn.4:4-8): Deus deu esse sonho a Nabucodonosor quando ele estava “tranqüilo” em sua casa e “feliz”. Em outras palavras, o momento era de paz e prosperidade. Todos nós gostaríamos que as coisas sempre acontecessem assim; mas num momento como esse, nós temos a tendência de nos tornarmos orgulhosos e auto-suficientes à semelhança de Nabucodonosor (Dn. 4:30). 30 falou o rei, e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a morada real, pela força do meu poder, e para a glória da minha majestade?
           a)- Interpretação desejada (4:6-8) – Os magos e sábios de Babilônia não conseguem decifrar o sonho, mas Daniel consegue e adverte o rei (4:9-18). 27 Portanto, ó rei, aceita o meu conselho, e põe fim aos teus pecados, praticando a justiça, e às tuas iniqüidades, usando de misericórdia com os pobres, se, porventura, se prolongar a tua tranqüilidade.  
           b)- O sonho era uma sentença divina sobre Nabucodonosor por causa do seu orgulho (Dn. 4:24,25). 24 esta é a interpretação, ó rei é o decreto do Altíssimo, que é vindo sobre o rei, meu senhor: 25 serás expulso do meio dos homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu, e passar-se-ão sete tempos por cima de ti; até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.
           c)- Nabucodonosor ficou doente, louco, um distúrbio mental o fez passar a conviver com os animais, pois se imaginava um animal, ele estava sofrendo de zoantropia (do grego “homem” e “animal”). 29 Ao cabo de doze meses, quando passeava sobre o palácio real de Babilônia, 30 falou o rei, e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a morada real, pela força do meu poder, e para a glória da minha majestade? 31 Ainda estava a palavra na boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonozor: Passou de ti o reino. 32 E serás expulso do meio dos homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer. 33 Na mesma hora a palavra se cumpriu sobre Nabucodonozor, e foi expulso do meio dos homens, e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu o cabelo como as penas da águia, e as suas unhas como as das aves:
Depois desse tratamento na faculdade da humilhação, então, Deus o restituiu no trono novamente. O Senhor não trabalha com orgulhosos, mas sim com pessoas humildes de coração (Mq. 6:8). 8 Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus?
       
            II- A História secular está cheia de exemplos de pessoas orgulhosas que Deus tratou diretamente com elas:
         Tomas Andrews, o construtor do Titanic, disse: “Nem Deus afunda esse Navio”. Poucos dias depois dessa afirmação às 23h40 do dia 14 de Abril de 1912 o insubmergível Titanic fora para o fundo do Oceano Atlântico.
         John Lennon, Líder dos The Beatles, desafiou: “O Cristianismo passará. Atualmente somos mais populares do que Jesus!”. Em menos de dois anos o grupo se desfez, e John Lennon foi brutalmente assassinado por um fã defronte do Edifício onde morava.
         Tancredo Neves, Candidato à Presidência da República em 1985, disse: “Se eu tivesse 70 votos do PDS não precisaria da ajuda nem de Deus”. Tancredo ganhou as eleições, porém, não chegou nem a comparecer para a posse que fora marcada para o dia 15/03/85, pois ficou doente e faleceu no dia 21/04/85 sem se quer chegar a governar o País. 
            Um Exemplo Bíblico. Saul achou que podia tudo. 1Sm 15. Nabucodonosor e Saul, são clássicos bíblicos de reis que deixaram a soberba crescer em seu coração.

         Conclusão: Se você tem sido orgulhoso no teu íntimo, então, tu não estás preparado para viver e nem andar com Deus. O Senhor só porá grandes coisas no teu coração se de fato houver nele o elemento humildade, pois Jesus nos exorta a aprender essa virtude com ele “... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração...” (Mt. 11:29).
                  
 Para os crentes:
         Qual a parte de sua vida, em que você precisa de mais humildade?
(No trabalho, escola, igreja, casamento, namoro, amizades, família, etc).

Para os que ainda não professaram Jesus como seu salvador:
         Rompa com seu orgulho agora e reconheca que  Jesus e o único Salvador e Senhor de sua vida?

Josias Sillva
Jave Nissi.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

TESTEMUNHANDO CRISTO

Jo. 1 6-8

TEMA
João é o evangelho da fé em Jesus para a vida eterna (Cristo O Deus encarnado) (1:1 - 3, 14)
PALAVRAS CHAVE
Verdade, luz, amor, glória, vida, permanecer e crer. Acima de qualquer consideração, João é o evangelho da fé. O verbo crer é apalavra chave do evangelho.
PROPÓSITO
O Evangelho de João foi escrito para que os homens cressem que Jesus Cristo era o Deus - Encarnado (20:30 - 31)[ Produzir fé.]
30 Jesus, na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais que não estão escritos neste livro; 31 estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.

E para anunciarmos esse Evangelho nós precisamos observar verdades que esse texto quer nos ensinar.

Olhando para o ministério de Cristo, podemos declarar que se tratava de uma carta ambulante anunciando Boas Novas. E ele nos convoca a vivermos uma vida de testemunho, uma vida de um verdadeiro cristão, de uma epístola viva, para que todos os homens vejam. 2 Co. 3.1-3 O apostolo diz que o cristão é uma carta escrita por Cristo e entregue ao mundo. E nós também somos epistolas conhecidas e lidas por todos V2. Quão importante, então é que a mensagem transmitida por nosso viver seja coerente com o que professamos.

Olhando para o texto de João 1.6, podemos ver verdades que o texto quer nos ensinar.

1 - HOUVE UM HOMEM ENVIADO POR DEUS, CUJO NOME ERA: v6
Lucas 9.2 e enviou-os a pregar o reino de Deus, e fazer curas,
Cristo enviou a seus doze discípulos, aos que então já eram capazes de ensinar ao próximo o que tinham recebido do Senhor. Ao enviar Ele deu instruções reais e claras para cada um de seus discípulos. Deus nos enviou ao mundo para que fossemos testemunhas do Seu Evangelho. Não como os fariseus Mt.3.7,8. Que não davam testemunhos de verdadeiros filhos de Deus.

2 – ENVIADOS PARA TESTIFICAR v7
Testificar o que? V7 a respeito da Luz, afim de todos virem a crer por intermédio dele. V8 ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz. Mt. 3.5 quando damos testemunho verdadeiro chamamos a atenção dos homens.  Veja também At. 2.32-41. Como poderão crer no meu testemunho, se não reconheço Jesus como meu Rei? Pratico as mesmas coisas do passado. Mt. 3.8-10.

3 – O TESTEMUNHO TEM QUE SER DADO TODOS OS DIAS (Jo. 1.29, 35,36).
Para dar testemunho da luz, precisamos estar na luz, v9. 1 JO 1 5-7 5 E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas. 6 Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade; 7 mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.

Que possamos estar na Palavra de Cristo alicerçado e vivendo para a gloria de Deus. 2 Co. 1.12 Embora como pecador o apóstolo somente pudesse regozijar-se e gloriar-se em Cristo Jesus, como crente devemos nos gloriar em quem confessamos Jesus Cristo.


Conclusão Lucas 3.1-20

Dar aplicação para as almas dos ouvintes é a vida da pregação; assim foi a de João. os fariseus davam ênfase principal às observâncias externas, e o significado espiritual de suas cerimônias legais. Outros eram hipócritas detestáveis que faziam, com suas pretensões de santidade, um manto para a iniquidade.

Os saduceus estavam no extremo oposto, negando a existência dos espíritos e o estado futuro. Eles eram os infiéis zombadores daquela época e daquele país.

Existe uma grande ira vindoura. O grande interesse de cada um é fugir da ira. Deus, que não se deleita em nossa ruína, já nos tem advertido; adverte pela palavra escrita, pelos ministros, pela consciência. Não são dignos do nome de penitentes, nem de seus privilégios, os que dizem lamentar seus pecados, porém continuam neles. Convém aos penitentes ser humildes e baixos a seus próprios olhos, agradecer a mínima misericórdia, ser pacientes nas grandes aflições, estar alerta contra toda aparência de mal, abundar em todo dever, e ser caridosos ao julgar o próximo.


Josias Sillva.
Javé Nissi.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A IMPORTÂNCIA DA SANTIDADE



1Pe. 1.13-15
13 Portanto, estejam com a mente preparada, prontos para a ação; sejam sóbrios e coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado. 14 Como filhos obedientes, não se deixem amoldar pelos maus desejos de outrora, quando viviam na ignorância. 15 Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem,

O que significa santidade?
Qual a importância da santidade na vida cristã?

Começamos este estudo com essas preguntas por simples razões, que precisamos analisar. Quando falamos varias e varias vezes sobre um assunto, isso no trabalho, na escola, ou em quaisquer outras áreas da nossa vida, isso mostra a importância que este assunto, ou tema tem para aquela realidade. A importância de algo ou de alguém é percebida, na maioria dos casos, pelo número de vezes que se comenta a seu espeito.

Isso também acontece com relação a alguns estudos bíblicos, pois quando alguns assuntos se tornam relevantes, percebe-se claramente a insistência em aborda-lo. Assim sendo se a santificação é um assunto pouco discutido na igreja, talvez seja porque a sua importância, para a vida cristã, tenha sido desconsiderada ou desprezada. Faça uma pequena reflexão, há quanto tempo você é evangélico? Nesse tempo você já foi instruído por seu líder, ou pastor a respeito da santidade, e qual a importância que ela tem para aas nossas vidas?

Definindo o que é santidade:
Acredito que seja mais produtivo esse estudo, se dizer o que não é santidade, assim teremos uma compreensão melhor quando ela for definida.

1.    SANTIDADE NÃO É
A.    MERO MORALISMO
Notadamente, alguns cristãos se destacam por sua postura moral, seu comportamento ético, honestidade, firmeza de caráter e palavras. Espera-se exatamente isso de cada cristão e é indiscutível que uma postura moral elevado faça parte de uma vida santificada. No entanto uma pessoa não precisa ser necessariamente cristã para ter essas qualidades, um padrão moral e de conduta. Veja o que fala Jesus em:
Mt 5. 46,47. 46 Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso! 47 E se vocês saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Mt.19.16-22 16 Eis que alguém se aproximou de Jesus e lhe perguntou: "Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna? " 17 Respondeu-lhe Jesus: "Por que você me pergunta sobre o que é bom? Há somente um que é bom. Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos". 18 "Quais? ", perguntou ele. Jesus respondeu: " ‘Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, 19 honra teu pai e tua mãe’ e ‘amarás o teu próximo como a ti mesmo’". 20 Disse-lhe o jovem: "A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda? " 21 Jesus respondeu: "Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me". 22 Ouvindo isso, o jovem afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas. Lc. 6. 32,33 32 "Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os ‘pecadores’ amam aos que os amam. 33 E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os ‘pecadores’ agem assim.
Outros textos: Lc. 11.12; At. 10. 1,2; 16.14; Rm. 2.14,15.
Encontramos em vários seguimentos da sociedade, pessoas cujo caráter e excelência moral superam em muito os daqueles contados como cristãos. Não estou dizendo que essa pessoa não sejam cristãos, pois sabemos que valores e práticas morais são construídos e lapidados ao longo de todo um processo. Basta olhar para nós mesmos e ver o quanto ainda temos uma longa estrada a percorrer na construção de uma vida imprescindível diante de Deus.
B.     ATIVISMO RELIGIOSO
Geralmente se confunde santidade com ativismo religioso, eu fui um que passei por esse processo, achava que a minha atividade na igreja, como líder, chegava cedo, arrumava tudo para o inicio do culto e etc... Era uma vida de santidade, mas quando apertado pelo Senhor descobrimos a nossa fragilidade, e quando Deus quer que entendamos a nossa situação, ele nos balança de uma forma que, não conseguimos suportar a sua santidade. Tendemos a qualificar as pessoas como santificadas na medida em que elas assumem cargos de liderança na igreja, ou se envolvem nas mais diversas atividades do templo. Aprendi que servir a Deus tem que partir de um coração voluntário, esse sentimento nasce naturalmente, uma vida consagrada a Deus trará prazer em servi-lo e servir ao próximo, mas ativismo religioso não pode ser sinônimo de vitalidade espiritual e em muitos casos é sintoma de que alguma coisa não está bem. Lc. 10.40-42.
C.    CONHECIMENTO DOUTRINÁRIO
O conhecimento doutrinário é fundamental para a vida cristã sadia e equilibrada, mas existem pessoas que estudam e esse conhecimento vira uma doença na cabeça dessas pessoas, que começam a interpretar de uma forma errada e perigosa contra ele mesmo, contra o próximo e contra Deus. Esse conhecimento é extremamente necessário para os cristãos. No passado vemos relatos, estudos e a própria Bíblia trazendo informações, sobre este assunto, sobre crescer no conhecimento. 2Pe. 1. 2,3 Graça e paz lhes sejam multiplicadas, pelo pleno conhecimento de Deus e de Jesus, o nosso Senhor. 3 Seu divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude.
Porem se esse conhecimento, que nos foi dado em Jesus Cristo usarmos para o nossas próprias teorias e ideias, estamos em sérios apuros. o teo o conhecimento sozinho, não é sinônimo de santificação. É verdade que precisamos dos conhecimentos teológicos, bíblicos e doutrinários para crescer espiritualmente, todavia esses conhecimentos devem ser usados como uma ferramenta. A partir do momento em que ele se torna um objeto em si mesmo, perderá a sua razão de ser.
2 Pe. 1. 5-8 5 Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; 6 ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; 7 à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. 8 Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em suas vidas, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos.

D.    ESPERIENCIAS ESPIRITUAIS
Outra prática que se percebe em nossos dias é igualar a santificação com experiências espirituais. A vida cristã é uma comunhão diária e intensa com o Senhor Deus e não pode ser padronizada por ninguém, a não ser pela própria Bíblia. Assim como em todos os relacionamentos, o relacionamento com Deus é marcado por experiências individuais. Entretanto ninguém pode ser rotulado como mais ou menos santo pela qualidade e tipos de experiências que tem um exemplo à igreja de Corinto. “Eu sou de Paulo, outros, eu de Apolo e etc”.

2.       SANTIDADE É

a.      No Antigo Testamento
A Palavra hebraica usada para se referir ao que é santo é “qadosh”, cujo significado básico é “separar dentre outras coisas”. Entretanto, as opiniões sobre o significado da palavra santificar, no Antigo Testamento, oscilam entre “brilhar e cortar”. Uma da à ideia de pureza e a outra de separação. No entanto, o conceito de separação é mais forte e adequado para o uso do termo. Pessoas eram separadas para serviços específicos. LV. 21.8 e utensílios eram separados para serem usados no templo Êx. 35. 10-19. A palavra também se refere a uma separação de cunho moral e ético que distinguiria o povo de Israel dos demais. Em fim os termos relacionados à santificação. No Antigo Testamento, apontavam para a realidade de que Israel era o povo santo (separado) para o serviço de Deus e deveria evitar qualquer coisa que desagradasse a esse Deus. Ainda que o conceito de santidade tenha em si a realização de atributos morais e espirituais, ele tem muito mais a ver com um estado de relacionamento, de comunhão e consagração ao Senhor.
b.      No Novo Testamento
No Novo Testamento a palavra é “hagios”. Essa palavra é usada para descrever a santificação dos crentes em dois sentidos: O primeiro é a separação da prática do pecado deste mundo; O segundo é a consagração ao serviço de Deus.
c.       Definição
Em primeiro ligar devemos lembrar que o pecado trouxe a humanidade duas consequências das quais advém todos os demais problemas da raça humana:
A culpa e a corrupção. A culpa está relacionada com a penalidade pela desobediência do homem a Deus e a justa retribuição pela mesma. Neste caso, o homem se encontra condenado.
A corrupção. É o efeito do pecado sobre toda a natureza humana, levando assim o ser humano a cometer mais pecados ainda. Neste caso o home se encontra corrompido. A justificação é a solução para a culpa do pecado. Ela ocorre quando o pecador é declarado por Deus justificado da sua culpa, não pesando sobre o homem nenhuma condenação. Rm 5.1, é algo que acontece fora da pessoa e de modo definitivo. É um ato livre, soberano e gracioso do Senhor Deus, no qual o homem não tem nenhuma participação ou mérito. Todo esse processo tem como base a obra expiatória de Jesus Cristo, que morreu na cruz do Calvário.
A corrupção por sua vez, é tratada pela santificação. Segundo o breve Catecismo de Westminster a “santificação é a obra da livre graça de Deus, pela qual somos renovados em todo nosso ser, segundo a imagem de Deus, habilitados a morrer cada vez mais para o pecado e a viver para a retidão”. (Pergunta 35). Essa obra da graça de Deus, diferentemente da justificação, é realizada dentro de nós. Seu agente é o Espírito Santo que aplica em nós os resultados da morte e ressurreição de Jesus Cristo, a quem o crente está unido. A santificação também envolve a nossa participação responsável, e o seu objetivo é restaurar a imagem de Deus, que em nós ficou corrompida por causa do pecado, e nos habilitar a viver de forma a agradá-lo. Partindo dos conceitos bíblicos, pela santificação somos capacitados a um novo relacionamento com o Criador, tanto para servi-lo quanto para adora-lo.

3.      Aspectos da santidade na vida pessoal
Uma vez que a santidade não pode ser confundida com práticas externas, vejamos inicialmente como ela está intimamente ligada à vida de uma pessoa.

A santidade e o Coração
A palavra coração no sentido bíblico é usada como o centro da vida pessoal, a fonte de toda motivação, dos pensamentos e dos desejos, ou seja, o mais intimo do ser humano. Segundo o ensino bíblico, a santidade começa exatamente no coração, já que todas as atitudes humanas são praticamente, reflexos daquilo que se passa nele. Pv 27.19 Assim como a água reflete o rosto, o coração reflete quem somos nós. O Antigo Testamento está repleto de referências que tratam da importância que tem o coração do homem diante de Deus.
Dt. 6. 5 Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças.
Sl. 51.10 Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável.
Sl. 119.11. Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti.
Pv. 4.23 Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida.
Jesus Cristo em seu ministério, insistiu que, se o coração não estiver santificado, todo o corpo estará em pecado.
Mt. 15.19 Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias.
Mc.7.21 Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios,
Por isso, a análise que o Senhor Deus faz da vida de uma pessoa começa pelo coração. 1Sm 16.7 O Senhor, contudo, disse a Samuel: "Não considere a sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração".
Rm.8.27 E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.
Assim, sendo, se alguém deseja trilhar o caminho da santificação deve começar examinando as suas motivações interiores, elas devem proceder do coração. Deste modo a santificação não será confundida com ascetismo, formalismo ou legalismo. A santificação deve ser uma resposta de gratidão do pecador pela graça recebida, reconhecendo não haver nele nenhum bem que o fizesse merecedor.

A santidade e o Temperamento
Geralmente as pessoas culpam seu temperamento para justificar as suas faltas. Diversos pecados são apontados, meramente como características de um determinado tipo de temperamento. Assim passou a ser a preguiça, ira, animosidade, cinismo, dentre tantos outros. Embora para algumas pessoas seus comportamentos sejam reações naturais da sua forma de ser, isso não significa que algumas das suas atitudes ou reações não sejam pecaminosas. O temperamento de cada pessoa também está sujeito ao pecado e precisa ser trabalhado na escola da santificação. (Gn. 4. 7 Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo"). Veja a repreensão que Deus estava dando a Caim, fala de procedimento, pensamentos pecaminosos, atitudes erradas. E no final do versículo Ele diz a Caim. Esses desejos você deve domina-lo. Tem muitos cristãos que se escondem nessas atitudes, agem de uma forma grosseira, arrogante pra com outras pessoas e se alicerça na sua verdade “ele tinha que escutar o que eu estou falando, ninguém fala dos erros dele, alguém tem que falar algumas verdades pra essa pessoa”. E usam de palavras fortes e erradas para tentar corrigir tal pessoa. O apostolo Paulo exortando aos gálatas ele diz. Gl.6. 1 Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado. O apostolo ainda orienta dizendo, cuide-se pra não cair no mesmo erro. Então, assim sendo, precisamos observar a nossa atitude, no falar, no temperamento, na nossa forma de agir.

A santidade e os relacionamentos pessoais
Viver uma vida isolada, distante das pessoas, ou das grandes cidades, ou em mosteiros etc. não nos leva a uma vida de santidade. Muitos acham que viver em uma vida isolada em mosteiros, ou, coisa desse tipo, o ajuda a ter uma vida de santidade. Errado!
Certamente existe a necessidade de cultivarmos momentos de comunhão com Deus, porém, definitivamente, não há santificação na busca do isolamento pleno. Cl 2.23 Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne. Aliás, é exatamente por meio dos relacionamentos que haverá, ou não, a genuína demonstração de uma vida de fé e amor. 1Co. 13.2 Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei.
Tg. 2.17 Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta.
Na comunidade é que somos edificados e temos o nosso caráter testado e moldado. Na igreja, na família e na sociedade é que demostramos, ou não, os frutos do Espírito e as marcas de um coração santificado.
Ef. 4.11-16 11 E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, 12 com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, 13 até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. 14 O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. 15 Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. 16 Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função.

A importância da santidade para a igreja.
Numa época em que tanto se discute estratégias de crescimento e planejamento de igrejas, talvez a santidade, um dos principais itens, seja esquecido. Vejamos algumas verdades ministeriais do trabalho eclesiástico onde a santidade é fundamental.
1.      Pregação e ensino da Palavra de Deus. Não se vê mais pregação e estudo com esse tema. Existe todos tipos de temas menos esse SANTIDADE PARA A IGREJA DO SENHOR.
2.      Liderança. A cada dia vem crescendo o número de seminários e escolas de estudos teológicos, escola de formação de lideres etc. Técnicas são desenvolvidas e uma quantidade enorme de livros é vendida anualmente sobre o assunto. E com isso muitos tem se afastado do verdadeiro ensinamento, muitos tem esquecido este principal quesito. Não se pode esquecer que o comprometimento com a santidade é indispensável àquele que quer servir como líder entre o povo de Deus. Gn.71; Js.1.7,8; 1Sm.15.22. Essa orientação bíblica deve ser aplicada com sabedoria por todos aqueles que estão imbuídos da tarefa de escolher seus lideres. At. 6.3; 1Tm. 3.1-7; Tt.1.5-9. Se deixarmos que o prestigio de uma pessoa, sua formação acadêmica, seu carisma ou apresentação pessoal nos fascinem, corremos o risco de fazer uma má escolha, assim como aconteceu, por exemplo com Israel ao escolher seu primeiro rei, Saul.
3.      Evangelismo. O conteúdo da atual evangelização também deve ser reavaliado segundo o proposito de Deus, que é a santificação para seus filhos. 1Ts 4.3ª A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. A mensagem do evangelho sempre foi pregada com ênfase ao arrependimento, que era uma exigência.
Mt. 3.2  Ele dizia: "Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo".
Mt.4.17 Daí em diante Jesus começou a pregar: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo".
At. 2.38 Pedro respondeu: "Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo.
At. 17.30,31 No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam.
31 Pois estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou. E deu provas disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos".
At.26.20 Preguei em primeiro lugar aos que estavam em Damasco, depois aos que estavam em Jerusalém e em toda a Judéia, e também aos gentios, dizendo que se arrependessem e se voltassem para Deus, praticando obras que mostrassem o seu arrependimento.
Não basta um mero assentimento intelectual ou comprometimento social, porque o proposito de Deus na vida do pecador começa com a sua regeneração e caminha em direção à glorificação. A entrada que liga essas duas pontas é a santificação. Esse modelo bíblico de evangelização, onde o que é requerido do pecador é claramente explicado, deveria ser levado muito mais a serio, assim, o evangelho deixaria de ser apresentado como proposta de um bom negócio com Deus. Precisamos redescobrir a santidade, precisamos ver qual a importância que a santidade tem pra nossa vida cristã. Para finalizarmos meditemos nesse texto.

1 Pe.1.16
pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo".

Tg. 1.4
E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma.

Mt. 5.48
Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês".

Que Deus nos ajude a vivermos uma vida de santidade.

REFERÊNCIAS
Texto retirado e adaptado da Revista Palavra Viva O desafio da fé Ed. Cultura Cristã; Santidade Pessoal em Tempos de Tentação - Bruce Wilkinson, São Paulo: Mundo Cristão, 2002; São Paulo, 21 de setembro de 2007. Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa.

Josias Sillva
Javé Nissi